Nas últimas semanas me deparei com notícias absurdas a respeito do corpo humano. As minas morrendo de anorexia, uns doidos injetando óleo no corpo, outros com complexo com as partes íntimas, gente magra tomando laxante pra ficar "diva", entre outras aberrações de notícia que aparecem todo dia.
Comentei no post de umas semanas atrás que eu to com umas nóias de pele, saúde, mas não no sentido doentio da coisa é só genuína preocupação com saúde. Com toda a experiência que eu tive no último ano morando fora pela primeira vez, principalmente por estar em um país estrangeiro, mais do que nunca eu me preocupei em me cuidar de verdade porque se eu ficasse doente estaria sozinha. Eu me saí melhor do que imaginava, cozinhava quase todo santo dia, procurei manter uma dieta bem balanceada e tentei manter um ritmo de exercícios próximo ao que eu tinha aqui no Brasil.
Bom, depois de um ano de França é claro que eu não voltei igual eu tinha saído. Peso mesmo eu não ganhei muito (apesar de todas as tentações maravilhosas da cozinha francesa), mas voltei com a musculatura bem mais flácida, com uma cifose horrorosa de passar 5 dias por semana (ou mais) maquiando a tarde toda e com vontade de comer tudo o que eu estava com saudade de uma vez só.
Não vou mentir, cheguei aqui muito insatisfeita com o meu corpo (principalmente com a barriguinha), daí um dia eu fui experimentar umas roupas minhas porque eu ia ser madrinha de casamento e queria ver se meus vestidos iam servir. Há! Não serviram. Mas ao mesmo tempo que eu fiquei com raiva que o vestido feito pra mim pra formatura do colégio estava apertadíssimo (tipo ou respira ou usa o vestido) eu me senti mais bonita. E várias pessoas comentaram que eu estava mais bonita.
Depois desse dia comecei a me esforçar mais em ver as coisas com outros olhos, essa coisa de aprender a se aceitar e se gostar mais mesmo. As pessoas tem a tendência em focar em detalhes tão bobos que esquecem de ver a imagem toda. Não é um calinho no nariz que vai te deixar mais bonita ou mais feia. É igual tentar montar um rosto composto de partes "perfeitas" de rostos de outras pessoas, no final vai sair uma coisa horrorosa. Acho engraçado que muitas vezes as pessoas alteram justamente o traço mais original que tinham. (Veja bem, não estou me declarando contra cirurgia plástica tá?)
Olha a Marilyn por exemplo, ela estava longe de ter a tal da barriga negativa (que se você parar pra pensar é um conceito bem absurdo!) e mesmo assim ainda é considerada um dos maiores ícones de beleza e umas das mulheres mais desejadas da história. E mesmo ela sofreu horrores por conta de tentar ser e tentar manter aquela aparência.
Quando vejo propagandas como as da Dove ou da L'Oréal me dá um pouco de esperança que ainda vamos chegar a construir uma indústria fashion e publicitária menos opressiva e que comemore as diferenças.
Eu não acho um problema as pessoas fazerem plásticas, quererem emagrecer, mas me irrita um pouco ter tanta gente insatisfeita com o próprio corpo mas pouca gente com o amor próprio pra se cuidar direito. É por isso que existem tantos produtos " milagrosos" no mercado. Ninguém quer comer melhor e se exercitar mais para emagrecer com saúde, querem um procedimento, um produto, um remédio que as emagreça.
É fácil transferir a responsabilidade de um resultado para médicos e cremes, o difícil é aprender a se aceitar com todas as qualidades e defeitos e ter a determinação pra mudar o que é possível de ser mudado.
Ninguém é perfeito então pra que ser tão duro consigo mesmo? Indico ainda esse e mais esse textos da Chez Noelle que estão na mesma linha de pensamentos que eu. (Inclusive foi de lá que eu afanei a primeira imagem do post).
E lembre-se, pra aqueles dias que você está se sentindo horrível sempre existe o toque mágico da maquiagem pra dar uma corzinha no rosto e levantar o astral. Não subestime o poder de um bom batom colorido e um rímel pra dar aquele up em menos de 5 minutos.
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